quarta-feira, 29 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Estar a viver noutro país é como se invertesse uma predisposição sobrenatural qualquer. Por vezes penso o que seria ter nascido aqui, esta ser a minha casa, alguém aqui ser a minha família, estes serem os meus verdadeiros amigos.Mas não. A verdade é que vivo uma telenovela, fala-se brasileiro e tudo, e esta vida é minha temporariamente. A personagem Ritu é mais ou menos igual à Rita, mas o cenário e os actores que contracenam são outros. Podia ter criado alguém diferente, há quem o faça, agir de forma distinta, fazer um piercing, uma tatuagem. Mas não. Não sou boa actriz, mais, não tenho paciência para fingir! Prefiro ser quem sou e observar como uma mesma pessoa se adequa a culturas e pessoas totalmente diferentes. Sou aceite da mesma forma? Sou amada ou odiada da mesma forma? Sou melhor? Sou pior? Sou eu que me faço ou a imagem que os outros têm de mim é que me define?
Uma coisa que descobri de diferente, e que estou a achar bastante graça, é aos meus estados de espírito. Não costumo estar muito sozinha em Lisboa. Aqui estou bastante, vivo sozinha e isso faz toda a diferença. Como nunca vivi sozinha antes não sei se o que sinto é simplesmente por essa diferença, ou se estar no Brasil é condição. Sei que aqui quando estou feliz ou triste, pensativa ou parva, estou e ponto final. Não tenho ninguém para me condicionar, seja isso bom ou mau. Se estou pensativa fumo um cigarro e escrevo. Se estou parva telefono a alguém e vou beber um copo. Se estou deprimida choro, sem nenhum ombro. Se estou feliz rio-me e penso que a Vida é, de facto, uma experiência fantástica. Acho que vou mais a um extremo e a outro, os dias em Lisboa são mais lineares, aqui deixo-me ir pelas minhas emoções.
Percebo que sou mesmo uma pessoa alegre e de bem com a Vida, que neste expoente de plenitude comigo mesma, sem condicionalismos e fachadas, continuo a ser quem sempre conheci em frente ao espelho.
É bom saber que sou uma pessoa verdadeira mesmo na inconsciência apática a que muitas vezes estamos entregues na nossa Vida. Sou feliz.
domingo, 26 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
quinta-feira, 16 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009




A Ilha é, absolutamente, magnífica! Mais de 80% da sua área é mata atlântica, um verde indescritivel rodeado de água da mesma cor, e quente!
Fizemos um passeio de barco espectacular, visitamos praias que não dá para chegar sem ser pelo mar, ou seja, absolutamente desertas!
Enfim. Um paraíso! Tirando o pormenor dos "borrachudos" e "pernas-longas" que me deixaram as pernas num estado miserável!
Mais um lugar que vou levar na fotografia eterna da memória
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Pensamento da Noite
“A Vida só se dá para quem se deu, para quem amou, para quem chorou para quem sofreu.” Vinicius
A linha que separa o sofrimento da felicidade é tão ténue que roça a inexistência. Quase como o prazer e a dor, a paixão e a saudade.
Rendo-me à gravidade, sento-me sobre o que tenho e o que sou, e nesse abraço quente de comunhão com o ventre descanso e sou feliz. Aí nada me perturba. A minha posição fetal é inabalável.
Nasci cruelmente arrancada. Sofri.
Os meus olhos foram-se habituando à luz, e acabei por descobrir mil cores, tonalidades que nunca antes tinha saboreado, poesias em forma de gente, de mar e de sol, catedrais verdes e melancólicas, lindas, puras.
Será que o meu verde é igual ao dos outros? Por vezes imagino que aprendi que o mar é azul, e o meu azul é tudo o que se aproxima da cor do mar. Mas e se eu vir o mar encarnado? Se o meu azul for o encarnado dos outros? Nunca vamos conseguir descobrir, porque os conceitos são idênticos, o conteúdo é que pode ser diferente!
O resto da minha Vida eu vou dizer que o mar é azul, que as plantas são verdes, que os dentes são brancos e o sangue encarnado, e se alguém vir o Mundo em tons diferentes tenho muita pena, porque o meu Mundo é lindo!
Quis agora encontrar-me, ver de cima quem ocupa o meu trono, esse ser superior que me ordena e a quem sou submissa. Eu mesma me sirvo e sou servida, sou rainha e escrava do meu castelo, em simultâneo.
Por vezes imagino que nasci com uma dor terrível que não consigo percepcionar. Só quando ela desaparecer é que vou compreender que vivi com ela até então. Como quando tenho, de facto, uma dor e só quando ela passa dou verdadeiro valor a não a ter. Assim é a minha Vida, cheia de experiências e pessoas maravilhosas, outras péssimas, e outras quantas nem boas, nem más.
Todas me tornam quem sou.
Mas e se todos os que me rodeiam desaparecessem? Quem sou sem tudo o que vivi? Quem sou eu fora do meu Mundo, das minhas pessoas e vivências? Quem sou eu na essência, antes de tudo o resto? Antes de mim mesma e de quem me tornei?
A linha que separa o sofrimento da felicidade é tão ténue que roça a inexistência. Quase como o prazer e a dor, a paixão e a saudade.
Rendo-me à gravidade, sento-me sobre o que tenho e o que sou, e nesse abraço quente de comunhão com o ventre descanso e sou feliz. Aí nada me perturba. A minha posição fetal é inabalável.
Nasci cruelmente arrancada. Sofri.
Os meus olhos foram-se habituando à luz, e acabei por descobrir mil cores, tonalidades que nunca antes tinha saboreado, poesias em forma de gente, de mar e de sol, catedrais verdes e melancólicas, lindas, puras.
Será que o meu verde é igual ao dos outros? Por vezes imagino que aprendi que o mar é azul, e o meu azul é tudo o que se aproxima da cor do mar. Mas e se eu vir o mar encarnado? Se o meu azul for o encarnado dos outros? Nunca vamos conseguir descobrir, porque os conceitos são idênticos, o conteúdo é que pode ser diferente!
O resto da minha Vida eu vou dizer que o mar é azul, que as plantas são verdes, que os dentes são brancos e o sangue encarnado, e se alguém vir o Mundo em tons diferentes tenho muita pena, porque o meu Mundo é lindo!
Quis agora encontrar-me, ver de cima quem ocupa o meu trono, esse ser superior que me ordena e a quem sou submissa. Eu mesma me sirvo e sou servida, sou rainha e escrava do meu castelo, em simultâneo.
Por vezes imagino que nasci com uma dor terrível que não consigo percepcionar. Só quando ela desaparecer é que vou compreender que vivi com ela até então. Como quando tenho, de facto, uma dor e só quando ela passa dou verdadeiro valor a não a ter. Assim é a minha Vida, cheia de experiências e pessoas maravilhosas, outras péssimas, e outras quantas nem boas, nem más.
Todas me tornam quem sou.
Mas e se todos os que me rodeiam desaparecessem? Quem sou sem tudo o que vivi? Quem sou eu fora do meu Mundo, das minhas pessoas e vivências? Quem sou eu na essência, antes de tudo o resto? Antes de mim mesma e de quem me tornei?
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